quarta-feira, 12 de julho de 2017



  Cognição  e Terapia do Esquema  
  
Todos nós ocupamos e assumimos papéis em nossa vida, tanto profissional quanto pessoal e para compor estes papéis, há inicialmente o aprendizado do que se acha importante para desempenhar cada atividade e em seguida age-se de acordo com tal, isto é um esquema. São as estruturas mentais desenvolvidas ainda durante a infância e na adolescência, baseadas no temperamento inato e nas vivencias/relações pessoais. Assim sendo Jeffrey Young criou a terapia do esquema em Nova York, em 1990, para casos de pacientes cujas demandas não estavam sendo atendidas pela terapia cognitivo comportamental, como pacientes com transtornos de personalidade e/ou refratários.
 A teoria dos esquemas aprofunda elementos fundamentalmente cognitivo-comportamentais, mesclando-os com outros referentes a psicanálise, da gestalt, teoria do apego, construtivismo, e do modelo das relações objetais. É uma modalidade que integra diferentes abordagens e técnicas psicoterápicas de maneira mais aprofundada que as apresentadas pela cognitivo comportamental.Young ampliou a teoria cognitivo comportamental voltando-se para infância e adolescência na investigação de origem dos problemas psicológicos do paciente, além de evidenciar a relação terapeutica como uma ferramenta  fundamental na psicoterapia.
  Conforme Young, existem 18 esquemas inicias desaptativos (EIDS), agrupados em cinco categorias amplas que agem em níveis mais profundos  e refletem diretamente no relacionamento das pessoas com o mundo externo, chamadas por ele de Domínios de Esquemas e que correspondem a necessidades não atendidas da criança em seu período de desenvolvimento.
   
    São eles:                                                   
  • Desconexão e rejeição; ligados às falhas de vinculação segura com o outro estabilidade, carinho, da maternagem em geral. Os esquemas ligados a este domínio são os de abandono/instabilidade, desconfiança/abuso, privação emocional, vergonha


  • Autonomia e desempenho prejudicados; não há um senso de confiança, de autonomia, família superprotetora.Os esquemas aqui envolvidos são os de dependência/incompetência,vulnerabilidade, emaranhamento/ self subdesenvolvido, fracasso.
  • Limites preojudicados; ligados as falhas na aplicação de limites realistas, na capacidade e seguir regras e normas, de cumprir direitos de terceiros e de cumprir as próprias metas pessoais. Dentro deste domínio estão merecimento/grandiosidade autocontrole/autodisciplina insuficiente.
  • Orientação para o outro; o objetivo e de ganhar aprovação e evitar retaliação, os pacientes nesse domínio tem uma ênfase excessiva no atendimento dos desejos e necessidades do outro, as custas de suas próprias necessidades. A família de origem geralmente estabelece uma relação de amor condicional, ou seja, a criança só recebe atenção e aprovação se ela suprime sua livre expressão e comporta-se de maneira determinada. Os esquemas aqui envolvidos são o de subjugação, autosacrificio, busca de consideração e reconhecimento.
  • Supervigilância e Inibição; advem de uma educação rigída, repressora, no qual não houve espaço de expressar suas emoções de maneira espontânea, as pessoas com estes domínios sã geralmente tristes e introvertidas, com regras internalizadas rígidas, autocontrole e pessimismo exagerados. Os esquemas que aqui se apresentam são: negativismo/pessimismo, inibição emocional, caráter punitivo e padrões inflexíveis.
  Assim como o temperamento inato da criança tem relevância na maneira como se estabeleceram os EIDs( Young, 2003).

  
   


Referencia:
   YOUNG, J. Terapia cognitiva para transtornos de persnalidade: uma abordagem focada nos esquemas. Porto alegre: artes médicas, 2003


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O QUE FAZER COM TANTOS CONSELHOS? MAMÃES DE PRIMEIRA VIAGEM E OS FAMOSOS “PALPITES”

A partir do momento em que a mulher descobre a gravidez, surgem diversas dúvidas, medos, expectativas, e desejos. Este momento tão signifi...